terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Dream Of Poe - The Mirror Of Deliverance (2011)

Há alguns meses atrás, quando nos debruçamos sobre o EP "Lady Of Shalott", referimos que esse mesmo trabalho era um aperitivo para o longa-duração que se encontrava em preparação. Aí, era exposto ao mundo um tema com o mesmo título, cartão de visita para este "The Mirror Of Deliverance; de facto, neste momento, não poderemos dizer se foi ou não o melhor cartão de visita, porque os seis temas que perfazem este álbum são tão homogéneos, tão negros, densos, pesarosos e angustiantes que qualquer um deles seria uma boa escolha. É claro que quem tomou contacto com "Lady...", possivelmente, lhe saltará mais ao ouvido esta música. Mas, no mesmo patamar encontramos uma "Neophyte" ou uma "The Lost King Of The Lyre". "Os Vultos" é uma composição completamente arrepiante, de uma cândida negrura que não deixará ninguém indiferente. Com um início que tresanda a oceano, a saudade, a Portugal, no fundo; evolui, apresentando contornos algo épicos, com solos bem sacados, em diferentes registos, e que no conjunto demonstram a qualidade que por aqui podemos encontrar espalhada ao longo deste 51 minutos. A declamação, ainda em "Os Vultos", exibe palavras que dançam sobre as notas de guitarra, num texto trágico, belo e dorido. São dez minutos de uma lentidão sentida, desarmante, que passam a voar (a antítese faz todo o sentido!...).
"The Mirror Of Deliverance" acaba por não constituir uma surpresa na sua totalidade, excepto para aqueles que somente agora tenham contacto com este projecto; a qualidade dos temas era já conhecida e, aqui, encontra-se espalhada por todos os lados, quer em momentos mais agrestes quer em outros mais calmos e contemplativos. Este trabalho irá viver da sua homogeneidade e, certamente, crescerá à medida que as audições forem aumentando, porque há sempre alguns pormenores para descobrir por entre malhas lentas, lancinantes e ritmos que, por vezes, quase roçam o funéreo.
Resta-nos aguardar que estes tenham rodagem em palco, para atestar do seu poder. Bem merecem! (15/20)

English:
A few months ago, when we focus on the single “Lady of Shalott”, we mention that this same work was an entrée for the long-term which was in preparation.
Then it was exposed to the world a theme with the same title, a pasteboard for this "Deliverance Of The Mirror”, in fact, right now, we can not say whether or not it was the best pasteboard, because the six themes that make up this album are as homogeneous, as dark, dense, mournful and distressing, than any of them would be a good choice. It is clear that whoever has contact with "Lady ..." possibly jump over him to hear this music. But at the same level we find "Neophyte" or "The Lost King of The Lyre. "Os vultos” are a composition quite creepy, in a candid blackness that will not leave anyone indifferent. With a start that reeks of the ocean, longing, to Portugal, at bottom evolves, introducing something epic contours, with guitar solos well-drawn, in different registers, and which together demonstrate that the quality here can find scattered throughout 51 minutes. The recitation, also found in "Os vultos", displays words that dance on the guitar notes, a text in a tragic, beautiful and sore. Ten minutes felt a slow, disarming, that go flying (the antithesis makes sense!).
"The Mirror Of Deliverance" ends up not as a surprise in its entirety, except for those who only now have contact with this project, the quality of the subjects was known, and here is spread everywhere, whether in roughest moments and in other more quiet and contemplative. This work will live on in their uniformity, and certainly grow as the hearings are increasing because there are always a few details to find out through meshes slow, excruciating and rhythms that sometimes almost graze the funereal.
We can only wait until they have running on stage to demonstrate their power. Well worth! (15/20)

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