terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Darkside Of Innocence - Xenogenesis (2012)


O projecto português Darkside Of Innocence regressa, neste início de 2012, com o seu novo trabalho, ‘Xenogenesis’, pela mão da recém-criada Infektion Records, depois de há três anos ter lançado o seu longa-duração de estreia e ter criado um grande burburinho no seio do underground nacional não só pela qualidade dos seus temas, coesão e abordagem a um black metal sinfónico, mas também pela criação de uma imagética que visava proporcionar uma dimensão extra-musical, tal como imensas bandas utilizam nos dias que correm.
Desde a edição de ‘Infernum Liberus EST’ e a chegada a este novo registo muita coisa se alterou, e os Darkside Of Innocence de hoje não são mais do que a visão de Pedro Remiz, único elemento restante do line up de 2009 e que transformou esta numa one man band.
Ao longo dos oito temas desta nova proposta, podemos verificar que existe uma significativa alteração sonora, libertando-se em definitivo do casulo do black metal de vertente mais sinfónica e aposta em várias direcções, o que nos poderia levar a concluir numa miscelânea desconexa e sem identidade. Na realidade, não é o que se passa durante estes trinta minutos.
Apesar de não ser um disco de doom per se, há por aqui algo que nos remete para esse espectro, principalmente na primazia que se verifica nos momentos mais atmosféricos e mais downtempo, alguns deles com recurso a elementos electrónicos, relegando para segundo plano a vertente explorada no passado. Pode parecer estranho, mas em ‘Xenogenesis’, fica-se com a sensação de estarmos perante vários estilos, sem serem tocados convencionalmente. De facto, ao tomar contacto com ‘Cerberus’ e ‘Lux Omega’, single e EP, distribuídos gratuitamente via internet no ano passado, tornaram-se claras as mudanças que se avizinhavam no seu cerne musical, embora ainda hajam pontos de contacto com a matriz do passado. Apesar de tudo, não vemos este novo álbum como uma continuidade ou a exploração de uma vertente sonora do projecto, mas antes uma ruptura sem cortar em definitivo com o passado, piscando o olho a várias realidades e hipóteses, até que a sua sonoridade solidifique e confirme este projecto no panorama nacional, através das armas que são agora apresentadas e desenvolvidas no futuro. (Re)nascer, mas devagar. (12.8/20)

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