terça-feira, 11 de setembro de 2012

Huata - Atavist Of Mann

Já não é novidade nenhuma que, a nível musical, as composições de hoje olham muito para o passado; o retro está na moda, de facto. E, portanto, não é de estranhar que comecem a pulular por esse mundo fora dezenas de projectos que vão beber às décadas de 60 e 70, prestando culto ao psicadelismo e ao legado sabbathiano, que depois se misturam com influências mais recentes (leia-se, desde já, uma adoração pelos Electric Wizard).
Pois, estes franceses Huata encaixam bem no cenário atrás descrito, revelando um álbum de estreia carregadinho de peso, fumo e arestas vivas, agrestes, esperando por seguidores e ouvintes que se deixam enfeitiçar como se estivessem no meio de um ritual de adoração a forças diabólicas, em que a segunda metade de 'Thee Imperial Wizard' e 'Testi sum Capri' serão a banda-sonora perfeita para essa celebração.
Este, não será um álbum difícil para quem está familiarizado com as ondas do stoner/doom, encontrando por aqui mais um belo motivo de regozijo para mostrar que ainda se produzem algumas coisas boas e que a fonte Electric Wizard continua a povoar as lides musicais de muito boa gente; embora nos caso dos Huata não estejamos perante uma cópia chapada de um 'Witchcult Today', por exemplo, dada a vontade de criar algo com um cunho próprio sem colocar em cheque a sua identidade.
Assim, 'Atavist of Mann' acaba por ser um trabalho que, não trazendo surpresas também está longe de ser uma desilusão ou um longo déjà vu, sendo capaz de proporcionar um bom bocado e mostrar uma banda sabedora do caminho que quer fazer. (13.9/20)

Tracklist:

01. Lords of the Flame
02. Operation Mistletoe
03. Thee Imperial Wizard
04. Testi sum Capri
05. Templars of the Black Sun
06. Fall of the 4th



sábado, 8 de setembro de 2012

Obsidian Sea - Between Two Deserts

Se a memória não nos atraiçoa, da Bulgária nunca brotou nenhum projecto de nomeada, daqueles que marcam a história do Metal e arrastam milhares de fiéis, apesar de estar a meio caminho entre a Alemanha e a Grécia, dois países com fortes raízes e bandas neste panorama.
De facto, ao longo desta última década, com toda a crescente quantidade, visibilidade e actividade que a cena do leste europeu proporcionou - e continua a jorrar como uma infindável torrente de lava -, ainda era possível notar a existência de algumas lacunas, alguns países que não estavam a acompanhar este boom, chamemos-lhe assim.
Não sabemos se estes Obsidian Sea almejam algo do género, ou se buscam feitos mais modestos, mas o facto de terem o seu primeiro longa-duração com o selo e distribuição da Solitude Productions certamente ajudará a que a sua música chegue a um mais alargado leque de ouvintes.
E o que nos traz este duo de Sofia? Pois bem, um conjunto de nove temas de doom na sua linha mais tradicional, com uns toques de epic (já estão a ver: Candlemass, Reverend Bizarre, Saint Vitus ou Solitude Aeturnus, por exemplo) que, apesar de não serem arrebatadores ou conseguirem ombrear com outros lançamentos do género, mostram um conjunto de ideias bem definidas aplicadas a composições coesas, sóbrias e estruturadas, ficando somente um pequeno travo a amargo pelo facto de não terem arriscado um pouco mais, dado mais algum dinamismo a alguns temas, acabando o todo por se tornar um tanto ou quanto previsível e a roçar o monótono; as excepções vão mesmo para 'Impure Days', onde foi «colado» um andamento mais rápido que até parece ligeiramente desajustado, por incrível que pareça relativamente ao que referimos acima, e o final de 'Beneath' num quasi mid-tempo. Por sua vez, é em 'The Seraph' e 'Curse of the Watcher' que podemos encontrar os riffs mais conseguidos destes 55 minutos.
Um dos pontos que também não ajuda este registo é a produção, um tanto ou quanto limitada, não deixando os temas respirarem e terem uma outra dimensão, que lhes poderia granjear mais alguns louros.
No entanto, a ideia a reter é a que estamos perante boas ideias e potencial sonoro. Basta que haja alguma maturação e "aquele" toque de inspiração que faça os Obsidian Sea erguerem-se a um patamar mais elevado. (12/20)

Tracklist:

01. At The Temple Doors
02. Mountain Womb
03. The Seraph
04. Impure Days
05. Curse Of The Watcher
06. Absence Of Faith
07. Second Birth
08. Beneath
09. Flaming Sword



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